João Emanuel e assessor são presos por integrar organização criminosa
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), prendeu na manhã desta quarta -feira (26) o ex-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel Lima (PSD) e seu assessor direto, Amarildo dos Santos.
A determinação de prisão preventiva é da juíza Selma Rosane Santos Arruda em decorrência do desdobramento da Operação Aprendiz deflagrada em novembro de 2013. Na ocasião, o Gaeco desbaratou um esquema criminoso de desvio de dinheiro público através de fraude em licitação no âmbito das compras realizadas pelo Poder Legislativo Municipal em Cuiabá.
Conforme o advogado de defesa do vereador, Eduardo Mahon, a decisão causou espanto. "Fomos despachar com a própria juíza ontem se colocando à disposição da Justiça e hoje ocorre esse mandado de prisão. No mínimo é muito estranho", afirma. Ele assegurou ainda que não teve acesso ao mandado.
Por volta das 10h, João Emanuel chegou a sede da Polinter em um veículo Hilux de cor prata do Gaeco, sem a companhia de advogados de defesa. Na porta da unidade penitenciária, ele uniu as mãos em sinal de força e aparentava tranquilidade. O vereador foi escoltado por agentes da Polinter para realização dos exames de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e prestou depoimento para o delegado Elias Miguel Daher por volta das 10h40.
O advogado criminalista Rodrigo Cyrineu acompanhou a oitiva e somente por volta das 10h50, o advogado Mahon chegou a Polinter. Ele informou que a prisão do vereador trata-se de uma tática do MPE. "É uma tática para desmoralizar o vereador. Fomos pegos de surpresa e isso faz com que ele possa perder o cargo na Câmara", argumentou.
Além disso, garantiu que ainda hoje entrará com o pedido de habeas corpus para que João Emanuel responda em liberdade, já que o vereador deve ser transferido para o anexo da Penitenciária Central do Estado (PCE) ainda nesta manhã.
Após a oitiva, o delegado Elias Daher explicou que João Emanuel foi preso pelo crime de ordem tributária e esclareceu que o vereador chegou sem algemas na Polinter porque o acessório é usado em casos em que o preso age com violência, o que não ocorreu durante a prisão do vereador.
Já Amarildo dos Santos foi preso em um posto de gasolina da capital. Ele é acusado de participar da organização criminosa chefiada por João Emanuel. Inclusive, aparece em filmagens obtidas pelo Gaeco na companhia do vereador negociando com a empresária Ruth Hercia Dutra a venda de dois terrenos.
Na ocasião, João Emanuel tenta convencer a empresária a aceitar os R$ 500 mil oferecidos pelas propriedades. Além disso, ele é acusado das práticas de crimes de organização criminosa; uso de documento público falso; falsidade ideológica e estelionato.
O assessor também será encaminhado para a PCE. Além da prisão de João Emanuel e Amarildo, o Gaeco cumpre ainda dois mandados em desfavor de Marcelo de Almeida Ribeiro e André Luis Guerra Santos que estão sendo procurados pela Justiça.