Deputado cita traição, cobra reunião com governador e ameaça deixar partido

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Sábado, 26 Março 2022 | FolhaMax
Ao contrário do que afirmou o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho (União), de que não haverá debandada de lideranças insatisfeitas dentro do União Brasil, o correligionário Dilmar Dal Bosco, que é líder do Governo no Legislativo Estadual, enfatizou que está avaliando trocar de partido porque ele não aceita “traição e nem deslealdade”.
Dilmar não escondeu sua insatisfação com o tratamento privilegiado dado a secretários do staff de Mauro Mendes que vão disputar cargos eletivos. Afirmou, inclusive, que eles estão usando a estrutura de governo para percorrer as bases eleitorais no interior tentando “cooptar” lideranças que já são suas apoiadoras. O deputado fixou a próxima terça-feira (29 de março) como data para anunciar se fica ou deixa o União.
Revelou, inclusive, que aliados bem próximos do governador Mauro Mendes também estão conversando outros partidos. Conforme Dilmar, são dois secretários de Estado que vão deixar o Governo para disputarem as eleições que estão buscando outras legendas para conversar sobre a possibilidade de deixarem a legenda presidida pelo suplente de senador Fábio Garcia.
“Eu só vejo comentário na imprensa, que está circulando. O Beto Dois a Um foi conversar com o PP, por exemplo, o Gilberto Figueiredo da mesma maneira. E essa conversa se estendeu muito forte, teve a presença de algumas pessoas que têm mais poder política, que pediu, inclusive, isso ai. E isso fica ruim pra nós que estamos dentro do partido, que sempre acreditamos no partido”, reclamou Dal Bosco durante entrevista a jornalistas nesta última terça-feira (24).
O deputado relatou que já comunicou ao presidente do União Brasil, Fábio Garcia, que na próxima terça-feira fará seu comunicado em definitivo. “Porque eu não estou bem confortável, quem acompanhou eu conversando com Fábio Garcia viu que falei pra ele: não gosto de deslealdade e não gosto de traição, sou companheiro, continuo companheiro, acredito, só que temos que conversar”, observou.
Dal Bosco foi taxativo ao dizer que vai comunicar sua saída ou permanência no partido. Até lá, ainda vai conversar com o governador, com o ainda secretário chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, também de saída  do governo para disputar algum cargo eletivo, e com Fábio Garcia.
Opções para ele se filiar não faltam, pois garante que já foi procurado por toda a cúpula do MDB, incluindo Carlos Bezerra (presidente), Juarez Costa (deputado federal), Janaina Riva  e Doutor João, ambos deputados estaduais. Dilmar também revelou ter conversado com Carlos Avalone, presidente estadual do PSDB e com o deputado federal Neri Geller, do PP. Segundo ele, todas essas siglas possuem interesse em tê-lo filiado aos seus quadros partidários.
No entanto, disse ter um carinho pelo PSDB e também pelo PP. “Tudo está sendo analisado, mas vou ter a última conversa com o governador Mauro Mendes. Eu apoio o governador para reeleição”, comentou.
Por fim, Dilmar Dal Bosco foi questionado sobre o tema traição, se ele ou Neri Geller foram traídos por aliados políticos. E esclareceu que sua insatisfação diz respeito aos secretários de Estado que ainda não deixaram os cargos e viajam para sua base eleitoral em Sinop para tentar cooptar lideranças de sua base de apoio. Ou seja, sua revolta é com o tratamento dispensado pelo grupo do governador aos secretários Gilberto Figueiredo (Saúde) e Beto Dois a Um (Esportes, Cultura e Lazer).
“Falei em reunião do partido que estão usando a estrutura de secretário em cima da minha base, pedindo para a pessoa que está lá me apoiando possa vir apoiar eles porque estão hoje com estrutura e concedendo convênios com os municípios, isso é ruim, porque são secretários que são candidatos”, reclamou Dal Bosco.
Ao conversar com Fábio Garcia ele disse o seguinte: “Se a pessoa que é secretário, braço direito, confiança do governador está saindo do partido o qual o governador está fica ruim para quem está dentro do partido como eu estou. Se ele tem condições de sair por que nós não podemos sair também? Já que vai ser nessa regra, porque precisamos ter números suficientes também de candidaturas a deputado estadual e federal”.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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