Acidente aconteceu na Avenida Miguel Sutil, na noite de terça-feira
O adolescente M.H.P., de 14 anos, pegou o carro escondido de seu avô, o médico Pinheiro Coelho Filho, atropelou três pessoas e matou uma, na noite desta terça-feira (26), na Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá. O acidente aconteceu por volta das 20h30.
A vítima fatal é Enéas Cardoso Filho, de 52 anos, que era presidente da Associação dos Funcionários da Fazenda de Mato Grosso (Affemat). Ele fazia um passeio de bicicleta.
As outras duas vítimas são o procurador do Estado Anderson Rafael Ferreira, de 23 anos, que sofre traumatismo craniano; e o marceneiro Wanderlei Gomes da Silva, de 39, que teve fratura na perna direita. Os dois foram levados em estado grave ao Pronto Socorro de Cuiabá.
O adolescente será transferido na manhã desta quarta-feira para a Delegacia Especializada do Adolescente. Ele foi autuado em termo de ato infracional – equivalente ao flagrante – por homicídio culposo em trânsito.
No Plantão Metropolitano da Capital, o menor, estudante do 9º ano do ensino fundamental, relatou que pegou o carro do avô, um Hyundai, IX 35, sem permissão, e saiu com dois amigos.
"O volante travou"
Conforme o adolescente, ele pegou o carro após jogar bola com amigos, na quadra de esportes do prédio onde mora com o avô, no bairro Quilombo.
Assim que terminou a recreação, ele e um dos amigos subiram para o apartamento. “Eu não sabia o que fazer depois. Tenho sempre dinheiro para comprar algo, ali por perto. Naquela hora estava sem. Então, vimos a chave do carro em cima da mesa. Um ficava olhando e falando para o outro. Vamos. Vamos. Vamos”, relatou.
O adolescente disse que está acostumado a sair com o irmão mais velho, que tem habilitação, e é quem dirige. “Então, meu colega disse que eu podia ir dirigindo numa boa. Eu só não podia correr. Então topei. Saí da garagem, passei na casa de outro amigo e saímos os três”, acrescentou.
Ao fazer uma curva, antes de chegar ao viaduto que dá acesso à rodoviária, o menor disse que o volante travou, e ele perdeu o controle. “O carro do meu avô é automático. Então, não sabia o que fazer. Acho que estava a 70 km por hora”.
Policiais que atenderam a ocorrência disseram que o automóvel devia estar em velocidade acima do permitido para o local.