Banda “Stillo Pop Som” some, após fazer sucesso nos anos 2000; veja história e ouça músicas

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+ Cotidiano
Sexta, 20 Maio 2016 | Gabriele Schimanoski, do RD NEWS

Sucesso no início dos anos 2000, a banda “Stillo Pop Som” deixou saudade entre os mato-grossenses que apreciam a música regional, em especial, o lambadão.

Com três CDs gravados, a banda, que nasceu em Nobres, terminou há mais de uma década, mas até hoje suas músicas e ritmo estão presentes em festas e surge aquela pergunta por onde anda os meninos da “Stillo Pop Som?”.

Rdnews foi atrás de alguns integrantes e tentou descobrir a resposta para esta pergunta e se existe a possibilidade de uma volta para a alegria de muitos fãs.

Fundada pelo paranaense Sidnei Binder Damasceno, na década 90, tudo começou com mudanças na economia.

Buscando alternativas, após sair da transportadora onde trabalhava, ele acabou abrindo seu próprio negócio em casa. “Cheguei aqui logo depois do impeachment do Collor, então, não ficamos com muita opção de trabalho, cada um fazia o que sabia, como está acontecendo hoje. Passei a locar som e com a produção de camisetas, itens promocionais, faixas, enfim divulgação de eventos”, conta.

Nesse momento Sidnei resgatou a paixão pela música e em 95, além de locar som, passou a tocar em bares e pequenas festas. No início, fazia parte do seu repertorio MPB, Rock e Pop, e contava com a ajuda de dois amigos para as apresentações. “Começamos como Stillo Som e como tocávamos muito MPB, Pop, acrescentamos o Pop no nome, ficando Stillo Pop Som”.

Numa dessas apresentações, ele acabou conhecendo o músico José Adão Conceição, mais conhecido como “Tô”, de Rosário Oeste, com o qual teve o primeiro contato com o lambadão. Trabalharam pouco tempo juntos, até que Tô recebeu uma proposta para uma turnê no Nordeste do país com outra banda. “O Tô se mandou para o Nordeste com a Lambadão Stillu’s e passou uns dois anos por lá, fez bastante sucesso, na época da música Toque Toque DJ”, recorda Sidnei.

Para Tô, essa turnê foi um momento único, onde ele pode levar o lambadão para fora das fronteiras mato-grossenses. Mas, devido à falta de experiência e o amadorismo, as dificuldades foram se tornando cada vez maiores. “Eu havia gravado um CD e era a minha voz que estava em todas as rádios do país, na época era eu, o Laércio e o Marcinho. No entanto, não me atentei em comprar os direitos autorais. Foi ai que uma banda do Nordeste veio para Mato Grosso e fez isso. E foram além, apareceram no Jornal Hoje falando que aqueles hits eram deles. Isso foi o fim pra mim”, relembra Tô.

Depois dessa reportagem, pra quem já havia rodado todo o Nordeste, se apresentado no maior Arraiá do Mundo em Campina Grande, shows cujo Falamansa chegou a fazer a abertura de um deles, o músico se vê desacreditado. “Fiz o meu último grande show no Gama, no Distrito Federal, cantei Toque Toque Dj, mas vi que o publico já não tinha referência, como estava em decadência, chateado, resolvi voltar para Rosário Oeste”, afirma Tô.

Quando Tô retornou, mesmo ele tendo utilizando um nome parecido com o da banda do Sidnei, o músico recebe um convite. “Eu sabia que ele era um bom músico e o convidei para retornar a Stillo Pop Som. Era para fazermos um Carnaval em Nobres em 2002. No final do show, o Tô puxou uma música que ele conheceu pelas andanças no Nordeste e foi um estouro”, relembra o fundador - relembre algumas músicas nos vídeos.

A música em questão era “Vou forrozar” e foi um sucesso. A partir daí veio o próximo show da Stillo Pop Som, dessa vez em Cáceres. Nessa época, a banda já estava com quatro integrantes: Tô na voz e guitarra, Sidnei no teclado, Roberto no trompete e Ezir no vocal. No ensaio antes do show, o DJ JC ouviu os meninos cantando novamente a “Vou forrozar” e questionou se teriam mais músicas desse tipo. “Falamos que sim né, selecionamos mais umas, Loirinha, Senhorita e gravamos um CD amador”, lembra Tô.

 

Sidnei lembra que, em 20 dias, os mesmo contratantes ligaram, pagaram o triplo pela apresentação e o CD amador estava tocando em todos os carros de Cáceres e região. “Tinham mais de 3 mil pessoas pra ver a gente em Cáceres. Depois a nossa música chegou a Cuiabá, 5 mil pessoas para nos ver aqui no primeiro show na Nosso Canto”, comemora Tô.

Quando a banda veio para Cuiabá, a composição mudou, Ezir resolveu ficar no interior e Josué, conhecido como Loirinho, entrou no vocal e Vidal passou a fazer parte tocando baixo. “Não temos uma foto com a banda completa, naquela época era difícil essas coisas e não nos atentávamos pra isso. E também contratávamos músicos para apresentações maiores”, diz Sidnei.

 

O sucesso era tanto que banda chegou a se apresentar em eventos como a Expoagro, a tradicional Feijoada de Inverno de Chapada dos Guimarães, na abertura da Copa Máster de Futebol e até entre artistas nacionais que se apresentaram por aqui. “Ambiente dentro da nossa banda era muito agradável, mas não focamos no trabalho. A nossa intenção era só tocar”, lembra Sidnei.

Ele afirma que eles faziam sucesso, mas que não ligavam para isso e que cada um pensava em fortalecer suas carreiras, já que tinham trabalhos independentes. “O trabalho que a gente fez não foi pra fazer sucesso, aconteceu. Tanto que os primeiros CDs nossos foram gravados em festas, tudo foi feito de forma amadora. Foi o improvisado que deu certo”, relembra o tecladista.

 

Quando questionado se sente saudades daquela época Sidnei afirma que não, pois era muito trabalho, pouca diversão e pouco retorno financeiro. “Enquanto aqui no interior a gente se divertia, eu gosto de tocar, toco até hoje. Não tem aquela pressão. Às vezes fazíamos quatro shows por noites, era desgastante. Não sabíamos a dimensão que a banda ia tomar. Pensávamos que o sucesso seria passageiro e acabou durando uns dois anos e para uma banda regional isso é muito tempo”, ressalta.

Ele lembra ainda que tiveram “ajuda” de um empresário mas que, segundo ele, ninguém queria investir, apenas usufruir.  “Eu tentei em alguns momentos, parar, reunir o pessoal, recuar, mas eu não consegui fazer isso. Não teve acordo. Um pouco ego. Outro pouco falta de preparo. Precisávamos de um bom veículo, um bom som, um lugar para ficar em Cuiabá e não tínhamos. Enquanto isso empresários só pensavam em ganhar dinheiro”, lamenta.

Em 2004, a banda começou a passar dificuldades financeiras depois de prestar serviços para a campanha petista de Alexandre César, candidato a prefeito de Cuiabá - derrotado por Wilson Santos (PSDB).  Sem receber e com inúmeras contas, alguns músicos precisaram se desfazer de bens, carros e até casa. “Essa situação toda foi complicada”, lamenta Tô.

Bons Momentos

 

Mesmo com um rápido sucesso, há sempre bons momentos para se recordar e com o pessoal da Stillo Pop Som não foi diferente. Para o fundador, um dos momentos mais marcantes foi o lançamento do segundo CD, “Loucura demais”, onde ele percebeu que o sucesso era eminente. “Estava acontecendo, era natural. Não precisávamos forçar nada, as pessoas sabiam as nossas músicas. Foi o ápice da banda e eu guardo com muito carinho isso”.

Já para Tô, um momento inesquecível foi o Palco da Antena, realizado na Av. da Feb em Várzea Grande. “Era na frente da Rádio Antena1. Eles gravaram até quando eu falei que o primeiro cd foi muito bom, mas esse é a mesma pegada e comecei.. É uma loucura demais, quando estou perto de você...”.

E complementa, “aquilo ali foi uma loucura, de cada dez carros que passavam, acho que uns sete estavam tocando a nossa música, era de arrepiar”, comemora.

Atualmente

Dos integrantes, Sidnei, Vidal e Josué permanecem na região de Nobres e fazem shows esporadicamente. Júnior Moreno, que também chegou a fazer parte de uma das formações da Stillo, recentemente ficou em 1º lugar no 2º Encontro Nacional de Violeiros em Cuiabá, ao lado do parceiro Di Brandão.

Já o Tô, montou aqui na Capital a banda “Tô Pop Som” e se apresenta na noite cuiabana. Para acompanhar a agenda de shows dele basta clicar aqui.

Possível volta

Para os fãs, Sidnei não descarta uma possível volta da Stillo Pop Som com a sua formação original. “A gente tem vontade sim em nos apresentarmos num aniversário de cidade, aniversário da Capital ou até mesmo num evento do Governo. Mas, voltar aquele ritmo não dá, já se passaram dez anos, fazíamos três, quatro apresentações em uma noite, isso é inviável”, afirma Sidnei.

 Ele revela ainda que não descarta se apresentar em aniversários ou festas particulares, só é necessário entrar em contato com antecedência, até para que ele possa entrar em contato com os demais integrantes, uma vez que, hoje alguns atuam em cidades diferentes. “Desde que seja justo para todos os músicos”, pondera. 

Contato - Sidnei (65) 9961-7586

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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