Tornado provoca destruição e barco naufraga com 27 pessoas em MS
Um tornado foi avistado na tarde desta quarta-feira (24), nas proximidades do rio Paraguai, no município de Porto Murtinho, no sudoeste de Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Marinha do Brasil e o Corpo de Bombeiros, um barco que transportava 27 pessoas naufragou quando o vórtice do tornado atingiu a estrutura.
Até às 21h45min (Brasília), as autoridades haviam informado que 13 pessoas continuavam desaparecidas. Um corpo apenas foi encontrado.
De acordo com as vítimas que sobreviveram ao naufrágio, o tornado foi avistado ainda pela tarde, por volta das 17 horas (local), provocando muita destruição na margem do rio. Centenas de árvores caíram e outras tantas foram decepadas pelo turbilhão de ventos.
O funil de ventos atingiu a embarcação promovendo seu tombamento ainda sobre o rio. Em áreas próximas, por onde o tornado também passou, construções ficaram completamente destruídas. A administração municipal anunciou que decretará estado de calamidade pública. A estação meteorológica automática operada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Porto Murtinho, e que está instalada um pouco distante do perímetro urbano e do rio Paraguai, aferiu rajada máxima de vento de 92,8 km/h.
Observação
A informação, ainda bastante desencontrada, não permitiu, até o fechamento desta nota, uma melhor explanação sobre o fenômeno avistado, uma vez que ocorrendo puramente sobre a água, criteriosamente o termo tornado dá lugar à tromba d’água.
No entanto, como houve relato de destruição no solo, com árvores decepadas e o próprio avistamento do funil tocando o chão, a conjuntura de informações recolhidas denota a atividade tornádica, excluindo, até mesmo, a possibilidade de uma microexplosão, cujos estragos são semelhantes ao tornado.
Os testemunhos dos sobreviventes serão cruciais para diagnosticar de fato o registro de atividade tornádica sobre a região sudoeste sul-mato-grossense.
O único radar meteorológico em operação sobre o estado, localizado em Jaraguari e operado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), não possui alcance o suficiente para captar a atuação de sistemas convectivos na fronteira com o Paraguai, região que concentra muitos registros de eventos severos.