Algemado, ex-secretário preso na Ararath desembarca em Mato Grosso

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Quarta, 23 Julho 2014 | G1 do MT
 
O ex-secretário de estado de Mato Grosso Éder Moraes desembarcou no fim da tarde desta quarta-feira (23) em Cuiabá. Preso durante a Operação Ararath, Éder foi transferido de Brasília (DF) para a capital mato-grossense onde deverá acompanhar, a partir desta quinta-feira (24), os depoimentos das testemunhas no processo em que ele é acusado dos crimes de lavagem de dinheiro, fraude e crimes financeiros.
Algemado, mas com as mãos cobertas com um casaco, e aparentando estar mais magro, Éder Moraes viajou em um voo comercial de Brasília para Cuiabá. Ele foi levado por agentes da Polícia Federal até o Instituto Médico Legal (IML) e, em seguida, para o Centro de Custódia, anexo da Penitenciária Pascoal Ramos, na capital, onde deve passar a noite.
Investigação
O processo é um dos que foram abertos na Justiça Federal por conta das investigações da operação Ararath. Além de Éder Moraes, são réus no processo a esposa do ex-secretário, Laura Tereza da Costa Dias, o ex-secretário-adjunto do Tesouro estadual, Vivaldo Lopes, e o superintendente regional do Bic Banco, Luiz Carlos Cuzziol.
Eles são acusados de participar de um esquema de transações financeiras ilegais baseado no funcionamento de um banco clandestino operado sob ordens de Éder pelo empresário Gercio Marcelino Mendonça Júnior, o “Júnior Mendonça” - que revelou todo o esquema à PF e ao Ministério Público Federal (MPF) como delator premiado. O esquema é alvo da operação Ararath.
Segundo Fábio Lessa, advogado de Éder, o ex-secretário está em Cuiabá somente para acompanhar os trabalhos na Justiça Federal. Ele destacou que busca por meio de habeas corpus a soltura de seu cliente e acredita que Éder deverá permanecer na capital mato-grossense para acompanhar os quatro dias de audência agendadas pelo juiz da 5ª Vara Federal, Jeferson Schneider. Contudo, ao ser questionado sobre delação premiada, o advogado descartou a possibilidade do ex-secretário buscar esse tipo de benefício.
Desde o dia 20 de maio, quando a PF deflagrou a quinta etapa da operação Ararath, em Cuiabá, Éder esteve no Distrito Federal por força de dois mandados de prisão preventiva. Um chegou a ser revogado, mas mesmo assim ele não conseguiu deixar a carceragem em caráter definitivo, tendo já acumulado pelo menos quatro derrotas judiciais na tentativa de obter a liberdade.
Audiências em Cuiabá
Na Justiça Federal em Cuiabá, Éder deve acompanhar os depoimentos das testemunhas arroladas por sua defesa e pela defesa dos demais três réus no processo.
As audiências estão marcadas para os dias 24, 25 e 31 de julho e 1° de agosto. Todas elas devem ser realizadas na sede da Justiça Federal com início no mesmo horário (13h30).
Na atual fase de instrução do processo penal, até agora só houve o depoimento do empresário Júnior Mendonça no último dia 3 – procedimento acompanhado por Éder via videoconferência direto do presídio da Papuda.
Como testemunhas de defesa da sua parte, Éder arrolou figuras como o governador Silval Barbosa (PMDB) e o senador Blairo Maggi (PR), segundo divulgou a assessoria de imprensa da Justiça Federal. O governador, no entanto, foi dispensado pela Justiça Federal e não deve comparecer à audiência.
Foi durante o governo anterior de Blairo Maggi e parte do atual de Silval Barbosa que Éder - o qual ocupou o cargo de presidente do MT Fomento, secretário de Fazenda, secretário da Copa e chefe da Casa Civil - teria atuado como operador político do banco clandestino denunciado e investigado pelo MPF e pela PF, num esquema que teria movimentado cerca de R$ 500 milhões.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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