O ex-governador de Mato Grosso e acionista da Amaggi, Blairo Maggi (PP), ligou para o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para reclamar sobre a Medida Provisória nº 1.227/2024, apelidada de "MP do Fim do Mundo". A matéria retirava parte das compensações do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins). Segundo matéria publicada pelo site da revista Veja, Blairo destacou a Lula que a exportação de grãos seria afetada.
Lula repassou o apelo de Blairo ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que ligou para o 'barão do agro'. O ministro tentou convencê-lo que a exportação não sofria impactos negativos, porém, os argumentos não foram suficientes. Dias após as conversas, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu a MP ao governo federal.
"O ministro alegou que exportadores, como o grupo de sua família, não seriam prejudicados, ao contrário da versão corrente. Não convenceu", cita trecho da reportagem da Veja.
Mas Blairo não foi o único a pressionar Lula. O presidente do Conselho de Administração do grupo Cosan, Rubens Ometto, também pediu que a discussão em torno da MP fosse enterrada. Ometto frisou para Lula que multicionais brasileiras com operações específicas aos combustíveis atravessariam perdas gigantescas, uma vez que a medida provisória elevaria os preços da gasolina, do etanol e diesel. A previsão de algumas entidades, como o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e de Lubrificantes do Distrito Federal (Sindicombustível-DF), é que a variação do preço nas bombas fosse de 3% a 7%.
Ometto externou o seu descontentamento com o governo Lula publicamente, em evento do Grupo Esfera, em 8 de junho. Conforme a Veja, o presidente do Conselho da Cosan reclamou pelo governo querer "taxar tudo". Haddad rebateu em reunião da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA) na última terça-feira, mas o Congresso acabou cedendo a pressão do setor e não votou a MP.