Riva considera delação “como história das mais mentirosas” e mostra documento em que colaborador pediu R$ 25 milhões

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Terça, 01 Dezembro 2015 | OlharDireto
O ex-deputado estadual José Geraldo Riva afirmou que a delação premiada firmada pelo advogado Joaquim Fábio Mielli Camargo, colaborador para reprimir um esquema criminoso de 9,6 milhões na Assembleia Legislativa, não reflete a verdade. A opinião foi firmada com exclusividade ao Olhar Jurídico durante audiência no fórum de Cuiabá, nesta segunda-feira (30). Na ocasião, o político asseverou desconhecer as supostas contas utilizadas para desviar valores, apresentando, ainda, um documento que contradiria as afirmações do colaborador, que teria tentado um acordo de R$ 25 milhões.
“Essa é uma das histórias das mais mentirosas. Eu não sei o motivo do Mielli estar mentido. Eu não conheço as contas em que esse dinheiro foi depositado”, comentou o ex-parlamentar. Por permanecer detido, Riva estava acompanhado pelo representante do Sistema Prisional, na sala de audiência da Sétima Vara Criminal, sob olhar da magistrada Selma Rosane Arruda. A ação é fruto de uma operação investigativa desencadeado pelo Ministério Público Estadual, nominada como “Operação Ventríloquo”.
Conforme a acusação, uma lista criada por José Riva estabelecia o destino dos pagamentos. Os receptores seriam: Rodrigo Santiago Frison, Dulcineia Rufo Cavalcante Cini, Marcelo Henrique Cini, José Antonio Lopes, Patrícia Fernanda da Silva, Renato de Abreu, Thiago Calacá Pedroso, Claudinei Teixeira Diniz, Valquíria Marques Souza Diniz, Sidney Pereira Machado, José Aparecido dos Santos, Marli Becker. O antigo chefe do Legislativo estadual, porém, nega conhecer tais pessoas.
A Ventríloquo ganhou força com a delação de Mielli, junto ao MPE, advogado que representava o Banco Bamerindus, vinculado atualmente ao HSBC. Além de José Geraldo Riva, são réus Julio Cesar Rodrigues Domingues, o ex-procurador-geral da Assembléia Legislativa, Anderson Flávio de Godoi e o ex-secretário geral do mesmo órgão, Luiz Marcio Bastos Pommot. Conforme os autos, o ex-deputado teria determinado o pagamento de dívida na integralidade de R$ 9,6 milhões em face ao banco HSBC, relativa a débitos em atraso da contratação de seguros saúde, desde que metade do montante fosse desviado para o grupo organizado. 
Ainda na audiência desta segunda, combatendo a colaboração premiada, José Riva demonstrou com exclusividade ao Olhar Jurídico um documento protocolizado pelo próprio delator, no ano de 2012, apresentando proposta de acordo sobre o mesmo imbróglio, cobrando, porém, um valor superior: aproximadamente R$ 25 milhões. A quantia mais que dobrada ao que foi efetivamente pago comprovaria, assim, a nebulosidade na intenção de Mielli.

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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