Pecuaristas rejeitam título de "barões" e preveem queda de investimentos em MT

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+ Agronegócio
Terça, 22 Janeiro 2019 | FolhaMax
Os pecuaristas mato-grossenses decidiram repudiar oficialmente a criação/alteração do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab). Por meio de nota divulgada nesta segunda-feira (21), os criadores de uma raça de gado, a Nelore de Mato Grosso, alegaram que a alteração da Lei 7.263/2000 vai causar queda em investimentos e acirramento da “pior crise amargada” pelo setor a partir da taxação da cadeia pecuária.
"Os prejuízos podem representar saídas de investimentos no setor da pecuária de corte, que amarga sua pior crise e não suporta, neste momento, novas taxações", diz trecho da nota.
Segundo o texto da nota, os 100 mil pecuaristas mato-grossenses, donos do maior rebanho de gado bovino do país, com 30 milhões de animais (80% dos quais nelore) produzem majoritária e essencialmente para consumo brasileiro: nada menos que 75% da produção para o “mercado interno, que está enfraquecido”.
“Nos últimos 18 anos de vigência do Fethab, houve historicamente reajustes na arroba do boi abaixo da inflação e ainda constantes reajustes nos insumos da cadeia, penalizando os produtores”.
Os produtores de carne decidiram subir o tom depois das recentes declarações do senador Jayme Campos (DEM, ironicamente também pecuarista) e dos deputados federais Fábio Garcia (DEM) e Carlos Bezerra (MDB). Todos disseram que Mato Grosso sustenta entre os grandes produtores, “barões e tubarões do agronegócio”, que ganham bilhões em incentivos fiscais sem a devida contrapartida ao Estado.
A reação foi imediata da parte de dois novos deputados estaduais, o social democrata Sílvio Fávero (PSL) e o cristão Elizeu Nascimento (DC), que rebateu dizendo que barão é o governador Mauro Mendes (DEM), cuja empresa, a Bimetal, também recebia incentivos fiscais e depois mandou ele “dar o exemplo e puxar a fila dessa história”.
“Além de prejudicar o setor, o projeto do governo ainda desvirtua sua finalidade de ser usado na infraestrutura das estradas, penalizando ainda mais a cadeia da carne que durante 299 anos foi a mola propulsora do Estado”, termina a nota assinada pela diretoria da Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT).
Íntegra da nota:
A Nelore do Mato Grosso manifesta repúdio à intenção do Governo Estadual em tributar toda cadeia da pecuária, mediante a alteração da lei que criou o Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab).
Os prejuízos podem representar saídas de investimentos no setor da pecuária de corte, que amarga sua pior crise e não suporta, neste momento, novas taxações.
Nos últimos 18 anos de vigência do Fethab (Lei 7.263/2000), houve historicamente reajustes na arroba do boi abaixo da inflação e ainda constantes reajustes nos insumos da cadeia, penalizando os produtores.
Mato Grosso tem hoje cerca de 100 mil pecuaristas, que possuem o maior rebanho do país, um total de 30 milhões de animais, dos quais mais de 80% da raça nelore, porém, do total da produção, aproximadamente 75% é destinado ao mercado interno, que está enfraquecido.
Além de prejudicar o setor, o projeto do Governo ainda desvirtua sua finalidade de ser usado na infraestrutura das estradas, penalizando ainda mais a cadeia da carne que durante 299 anos foi a mola propulsora do Estado.
Diretoria da Associação dos Criadores de Nelore de Mato Grosso (ACNMT)

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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