Mato Grosso tenta conter avanço do desmatamento

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Sexta, 03 Fevereiro 2017 | FOLHAMAX

FApós ter registrado, em 2010 e 2012, taxas inferiores a 1.000 quilômetros quadrados de desmatamento, Mato Grosso, entre agosto de 2015 e julho de 2016, devastou 1.508 km² da floresta amazônica. Dados como estes são do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e revelam que o Estado vem num patamar de derrubada acima de 1.500 km². 

Do total, 95% foram de forma ilegal. As informações são do Instituto Centro de Vida (ICV). Por sua vez, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) garante que o Estado registrou queda de 19% no desmatamento no mesmo período. Nos últimos 10 anos, segundo a Sema, a redução é de 80%. 

O levantamento mostra que no mesmo período a taxa de desmatamento da área florestal na Amazônia foi de 7.989 km². Com aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior, essa foi a maior taxa desde 2008. Dos estados que compõem a região, Mato Grosso foi o segundo com maior área desmatada em termos absolutos, com 1.508 km². O Estado ficou atrás apenas do Pará, que converteu 3.025 km² de florestas em área desmatada. 

De acordo com o ICV, as taxas observadas ameaçam hoje a redução do desmatamento de 44%, atingida nos dez últimos anos. “Sem o aumento dos esforços para o controle e redução do desmatamento, financiamentos de desmatamento evitado e recursos para a transformação agrícola do Estado estão em risco”, aponta o Instituto. 

Ainda conforme o ICV chama a atenção o fato de que 95% do desmatamento (1.442km²) registrado no último ano é ilegal, ou seja, apenas 68,8 km² (4,6%) foram realizados em áreas com autorização de desmate válidas. Dos 1.508 km² derrubados no último ano, a análise apontou que 48% foram realizados dentro de imóveis com Cadastro Ambiental Rural (CAR). Destes, 50% estão em propriedades acima de 1.500 hectares. 

Aproximadamente 56% do desmatamento (790 km²) ocorreu em apenas dez municípios, sendo que Colniza (1.060 quilômetros ao norte da capital) continua com maior área desmatada, concentrando 16% do desmatamento (225 km²). 

Em assentamentos foram 271 km² (19,2%) de desmatamento em área florestal. Já em áreas protegidas, o desmatamento foi de cerca de 13 km². 

OUTRO LADO – A Sema informou que entre agosto de 2015 e julho de 2016 a taxa de desmatamento caiu 19% em Mato Grosso. Os números preliminares, segundo o órgão estadual, mostram redução de 1.290 km2 ante os 1.601km2 registrados entre 2014 e 2015. 

A Sema informou que Mato Grosso foi o único estado entre os nove da Amazônica Legal a ter recuo significativo do desmatamento conforme o Serviço Florestal Brasileiro, a partir de informações do Prodes, divulgadas preliminarmente no ano passado. 

Apesar da queda, o secretário de Meio Ambiente e vice-governador, Carlos Fávaro, disse que o Estado não está satisfeito com os números e para avançar anunciou o plano de ações para intensificar o monitoramento, a fiscalização e a responsabilização aos crimes ambientais neste ano, como uma base de operações em Colniza. 

“Temos mais a fazer este ano. Identificamos os 10 principais municípios com maior número de desmatamento ilegal e vamos criar bases avançadas e um sistema integrado de combate ao crime ambiental aos modos do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), que atua no combate às drogas na fronteira. Queremos fazer Mato Grosso ser um exemplo ambiental e combater esse crime”, afiançou.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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