Produção de abacaxi muda realidade de família de Rosário Oeste

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Domingo, 26 Outubro 2014 | AGRO DEBATE
Há 7 anos, família investe na cultura e planos são de expansão. A planta do abacaxi é usada para fazer silagem para o gadoHá 7 anos, família investe na cultura e planos são de expansão. A planta do abacaxi é usada para fazer silagem para o gadoA produção de abacaxi mudou a vida de uma família de Rosário Oeste, região Centro-sul de Mato Grosso. Há sete anos, o pai de Giovani Ruzin iniciou o plantio de 30 mil pés da fruta e os resultados tem sido positivos ano após ano. A colheita de 170 mil frutas nos 7 hectares começou em maio e deve terminar em novembro. "Faltam 20% para terminar de colher, mas pode-se dizer que foi muito boa, rentável", diz ele sobre a safra.
 
O custo de produção fica em torno de R$ 8 mil por hectare, sendo que em cada hectare ele colhe 30 mil abacaxis e vende cada unidade a R$ 1,75 em média.
 
Região de solo com cascalho, chamavam seu pai de louco pro investir na terra. “Na primeira safra já deu abacaxi de 2,8kg. O pessoal ficou abismado de ver", lembra Giovani, que deixou o emprego de corretor de imóveis quando viu que a renda alcançada pelo pai era o mesmo que ele conseguia na profissão.
“Achei interessante que a receita dele diária vendendo abacaxi na BR era o meu salário por mês. Comecei a pensar melhor essa situação. Aí eu montei a minha empresa e vim produzir abacaxi junto com ele", diz.
A previsão é de aumento para as próximas safras. Vão ser 400 mil pés na lavoura que será colhida daqui a um ano e meio.
 
O cultivo já começou e vai até o mês de março. Agora tocando a produção, Giovani já negocia o arrendamento de terras na região. "Quatrocentos mil pés você pode considerar todas as perdas que tiver. Se você guardar R$ 1 por fruta, são R$ 400 mil. É uma conta boa. Se você for plantar soja, eu planto 30 hectares de abacaxi, teria que plantar 400 a 500 hectares de soja para dar a mesma receita”, calcula o produtor.
 
Ele fez um acordo com o vizinho e faz economia na hora de preparar o terreno após a colheita: cede todas as plantas sem os frutos em troca da limpeza. "Eu estou doando pra silagem para o pessoal aqui da região que não tem pasto, só de eles deixarem a terra limpa para mim já é uma grande coisa, porque se eu for gradear isso aqui ele demora três anos para decompor isso aqui”, explica.
 
A silagem de abacaxi será usada para alimentar o gado na fazenda do vizinho Edson Pedroso. O suplemento é rico em nutrientes e tem em média 6% de proteína. “É espetacular, engorda bem. O gado se alimenta todo dia, é coisa incrível”, relata.
 
A maior parte da produção vai para Cuiabá, Nobres, Rosário Oeste e Diamantino. O restante vai parar na cantina da família, que fica no próprio sítio. Ali, as frutas são comercializadas in natura, além de virar sucos e outros produtos. “Faço cuca de abacaxi, suco é o principal, vendo ele in naura, faz o bolo, licor, doce, rapadura, aproveita tudo do abacaxi”, conta Eunice Lazzarin Ruzin, mãe do produtor.
 
O grande movimento é a confirmação de que o negócio está no caminho certo e de que a mudança de vida valeu a pena. “Hoje não dá para dizer que não vou voltar a trabalhar de empregado, mas vai ser difícil. A tendência é só expandir para fazer uma aposentadoria boa”, planeja Giovani.
 
O professor da Universidade Federal do Paraná, Patrick Schmidt, que é doutor em conservação de forragens explicou que o abacaxi entra como um volumoso de alta qualidade, excelente fonte de fibras e proteína para o gado.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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