Juíza que mandou prender políticos em MT é sondada por partidos
No julgamento do mensalão em 2012 muito se falou em uma possível candidatura do então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa, à presidência da República em 2014. O desgaste dos políticos tradicionais vem aumentando na população o desejo por mudanças. Diante desse quadro, cresce no meio político do Mato Grosso o interesse em atrair a juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Rosane Santos Arruda, para a disputa eleitoral de 2018.
A exemplo do juiz Sérgio Moro, de Curitiba, Selma Rosane vem se destacando no cenário estadual por decretar a prisão de nomes importantes da política do Mato Grosso, como o ex-governador Silval Barbosa e do ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Geraldo Riva, além de vários ex-secretários de Estado, todos envolvidos em esquemas de corrupção.
A aprovação, por unanimidade, da entrega da comenda “Senador Filinto Müller” à juíza, pela Assembleia Legislativa do Mato Grosso no último dia 27, foi mais que um simples reconhecimento do trabalho desempenhado por Selma Rosane.
Políticos experientes avaliam que foi uma sinalização clara de que há interesse na participação dela como candidata. Alguns partidos se articulam para ter a juíza em seus quadros.
Nomes como o da juíza que vem sendo comparada ao juiz Sérgio Moro, ou como o do ex-ministro Joaquim Barbosa, representam para o eleitor credibilidade e confiança. Os partidos avaliam que após escândalos como o mensalão e a operação Lava-Jata os eleitores de todo o país estarão mais seletivos nos próximos pleitos e exigirão uma mudança de postura por parte dos políticos tradicionais.
Respeitada no mundo jurídico e festejada no mundo político, a juíza Selma Rosane evita se dar o crédito pelos feitos importantes no combate à corrupção, atribuindo-os à instituição, mas não confirma ou nega a possibilidade de vir a disputar um cargo eletivo no futuro. Para ela, o importante é fazer bem o seu trabalho.
Selma, que vem sendo aplaudida nas aparições públicas, tem deixado claro nas inúmeras entrevistas que tem concedido, e nas homenagens que tem recebido, sua posição de combate à corrupção e resgate de valores éticos. Cabe ressaltar que foi dentro dessa óptica que Mato Grosso elegeu seu governador Pedro Taques, que tem passado a limpo administrações passadas e tem aprovação absoluta de pessoas comuns. Diante disso, muitos líderes acreditam que podem atraí-la para a vida pública e como em 2018 haverá duas vagas para o Senado Federal uma dobradinha com Pedro Taques à reeleição e Selma para o Senado é dada como certa nos bastidores.
Muitos acreditam que depois dos inúmeros escândalos envolvendo o poder público, há um sentimento generalizado na população de entregar o comando do Executivo e a representação no Legislativo a pessoas que trabalharam no combate à corrupção. E o perfil da magistrada seria o ideal.
