Trabalhadores sem-terra bloqueiam quatro rodovias em Mato Grosso

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+ Cotidiano
Segunda, 22 Setembro 2014 | G1/MT
Manifestantes do MST bloquearam trecho da BR-070 perto de Cáceres na manhã desta segunda-feira (22). (Foto: Angélica Neri / Rádio Centro América FM)Manifestantes do MST bloquearam trecho da BR-070 perto de Cáceres na manhã desta segunda-feira (22). (Foto: Angélica Neri / Rádio Centro América FM)
 
Quatro rodovias de Mato Grosso amanheceram bloqueadas por integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST) nesta segunda-feira (22). Com uma pauta ampla de reivindicações, o movimento interditou trechos das rodovias federais BR-163, BR-070 e BR-364 nas imediações das cidades de Sinop (a 503 km de Cuiabá), Cáceres (a 250 km) e Jaciara (a 148 km), respectivamente. Segundo o MST, também houve bloqueio de trecho da rodovia estadual MT-358, perto da cidade de Tangará da Serra (a 242 km da capital).
 
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou as três interdições nas rodovias federais BR-163, BR-070 e BR-364, todas sem qualquer previsão de liberação.
 
Os bloqueios nos diversos pontos começaram entre 6h e 7h e já provocaram congestionamentos. Em Jaciara, até as 8h, o congestionamento dos dois lados da BR-364 já era de aproximadamente 30 quilômetros. Alguns motoristas conseguiram escapar do bloqueio passando por uma estrada de chão de uma fazenda.
 
Segundo José Vieira, um dos coordenadores estaduais do MST, 170 integrantes do movimento participam do bloqueio na região de Jaciara, com pneus, pedaços de madeira e capim seco obstruindo a pista perto do acesso a Dom Aquino, cidade a 172 km Cuiabá. Obstruções como esta estão ocorrendo nas demais rodovias com protestos do MST.
 
Na BR-163, o bloqueio foi na altura do Km 890, a cerca de 40 quilômetros de Sinop. De acordo com o coordenador de comunicação do MST, Marciano da Silva, o protesto reúne cerca de 400 pessoas e o congestionamento no trecho chegou a aproximadamente 10 quilômetros.
 
Na região de Cáceres, a BR-070 foi interditada no Km 726, segundo a PRF.
 
Lá, o bloqueio foi realizado por cerca de 200 famílias, segundo o coordenador Claúdio Maciel Vieira, o “Dida”, do MST. Ele informou que o protesto começou por volta das 6h e já provocou de oito a 10 quilômetros de filas de veículos parados na estrada. Lá, a PRF já enviou agentes para monitorar a situação e informou que há um desvio que poderá ser utilizado por veículos pequenos e caminhonetes.
 
Por enquanto, o MST informou que não houve registros de situações graves envolvendo motoristas e integrantes do movimento nos bloqueios pelo estado. A reportagem tentou, mas sem sucesso, contato com os coordenadores do MST responsáveis pelo bloqueio nas imediações de Tangará da Serra.
Reivindicações
 
De acordo com o coordenador José Vieira, os bloqueios na manhã desta segunda-feira foram motivados por uma pauta de reivindicações cujas soluções estão paradas no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Sã quatro os pontos principais da pauta.
 
O primeiro deles é imissão de posse da fazenda Jatobá, na região de Juscimeira (a 164 km de Cuiabá). Segundo Vieira, a propriedade destinada à reforma agrária já foi objeto de decreto da Presidência da República destinando-a a fins sociais e, agora, só falta o Incra indenizar os proprietários e completar o processo para o assentamento de famílias que esperam há anos pelas terras.
 
O MST também cobra que o Incra promova vistorias em outras cinco terras já destinadas à reforma agrária, como as fazendas Boa Sorte e Santa Fé (ambas em Dom Aquino), fazenda Pitomba (em Araputanga, a 371 km), fazenda Monte Alegre (em Nova Olímpia, a 207 km) e fazenda Raitter (em Itaúba, a 599 km).
Para essas áreas, o governo federal já destinou R$ 160 mil para pagamento de diárias dos técnicos responsáveis pelas vistorias, segundo Vieira. Entretanto, o valor foi gasto pelo Incra para outras finalidades, criticou.
 
Outro ponto é a entrega de cestas básicas para as famílias do MST acampadas. Segundo Vieira, o Incra ainda não forneceu cestas básicas este ano – todo ano, o órgão deve repassá-las três vezes, afirmou o coordenador. Ele lembrou também das 5,7 mil ligações elétricas em assentamentos já autorizadas pela Eletrobras e que, até agora, o Incra não teria providenciado.
 
A reportagem tentou contato com o Incra na manhã desta segunda-feira para falar a respeito das reivindicações do MST, mas sem sucesso.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
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